quarta-feira, 26 de junho de 2024

A LUNETA ÂMBAR #8

CAPÍTULO 8: VODCA

Balthamos sentiu a morte de Baruch no momento em que aconteceu. Balthamos começou a gritar e voar bem alto, batendo suas asas e soluçando de angústia. Will perguntou o que estava havendo, e Balthamos disse que Baruch morreu. Will disse para Balthamos tentar se acalmar porque havia coisas que atacariam se ouvissem algum ruído, e se Balthamos estivesse no alto, Will não poderia protegê-lo. Will disse que precisava dele para encontrar Lyra e pediu que ele fosse forte. Balthamos concordou, e Will adormeceu.

Na manhã seguinte, Will pediu para Balthamos fazer um reconhecimento de terreno e ver onde estavam. Enquanto voava, Balthamos pensava em Will, que corria perigo por causa de Metatron, que teria o rosto dele gravado em sua mente e tudo a seu respeito que os anjos podiam ver, mas não queria contar para não preocupá-lo. Porém, em algum momento, teria que fazer isso. Após o voo, Balthamos explicou a Will onde estavam, que havia uma trilha que passava por uma aldeia e depois seguia para a cidade. Eles começaram a caminhada.

Quando chegaram na aldeia, dois ou três homens apareceram mais adiante e ficaram olhando fixamente para eles. Eram as primeiras pessoas que viam no mundo de Lyra e não pareciam nada amistosos. Will conseguiu passar pelos dois sem ser incomodado. A porta da maior casa da aldeia se abriu, e um padre apareceu, pedindo que Will se aproximasse. Ele perguntou de onde Will vinha, qual era seu nome e para onde estava indo. Depois, deu as boas-vindas à aldeia Kholodnoye. Will disse seu nome e que estava indo para o sul. O padre fez Will entrar em sua casa para tomar alguma coisa. 

Dentro da casa, o padre disse que se chamava Semyon Borisovitch e perguntou novamente de onde Will vinha e para onde estava indo. Will disse que está perdido e estava viajando com sua família para o sul. Disse que seu pai era soldado, mas estava fazendo uma exploração no Ártico, então algo aconteceu e se perderam. O padre disse que há séculos ninguém tão interessante passava pelas estradas de Kholodnoye. Disse que Will deveria passar a noite em sua casa, para conversarem e comerem juntos. O padre chamou uma idosa chamada Lydia Alexandrovna. Eles conversaram em russo e trouxeram um copo de chá para Will, com uma geleia e uma colher de prata.

Will perguntou onde ficava a aldeia em que estavam. O padre pediu para Will pegar um livro que estava na prateleira: era um atlas. O padre mostrou com o dedo um ponto na Sibéria Central, a uma grande distância ao leste dos Urais. Will analisou atentamente, mas não viu nada que se assemelhasse ao mapa que Baruch havia desenhado. Semyon perguntou se Will queria jogar cartas, mas Will respondeu que não sabia jogar e que estava ansioso para seguir viajando. Will perguntou ao padre se ele achava que, indo para o rio, poderia conseguir uma passagem em um vapor seguindo para o sul. 

O padre contou sobre um navio que estava transportando ursos de armadura e, desconfiado, perguntou para Will se ele não tinha visto os ursos de armadura quando esteve no norte. Will, por causa do que Lyra tinha lhe contado, respondeu que estavam muito longe de Svalbard e os ursos estavam ocupados com seus próprios negócios. Will conseguiu enganar o padre. Semyon ofereceu a Will um copo de vodca. Will, educadamente, disse que adoraria ficar e provar a bebida, mas tinha que ir embora e encontrar sua família. O padre disse que Will podia ir, mas não sem tomar a vodca. Will bebeu, fazendo força para não vomitar. O padre o abraçou e deu beijos em seu rosto. Will pegou suas coisas e seguiu pela estrada para fora da aldeia.

No fim da tarde, Will chegou na cidade e encontrou um cenário de guerra: pessoas gritando, gente armada com carabinas lutando contra animais de armaduras, explosões. Will se aproximou de um homem e perguntou o que estava acontecendo. O homem disse que outros ursos estavam atacando e eles tentaram lutar contra os ursos. Will perguntou por que eles estavam atacando. O homem disse que eles queriam combustível, mas eles não negociavam com ursos. Um urso maior do que os outros se aproximou e se preparou para atacar. Will se colocou entre o urso e os atiradores e gritou: "Parem!" 

O urso, cheio de raiva, perguntou o que Will queria. Will disse que lutaria contra ele em um duelo e, se ele recuasse, o combate teria que acabar. Disse também que, se o urso recuasse, os atiradores teriam que vender o combustível para os ursos. Assim, eles seguiriam seu caminho e os deixariam em paz. Os atiradores concordaram, mas o urso não. Ele disse que era vergonhoso para ele lutar contra um menino fraco. Will concordou com o urso e propôs que ele emprestasse um pedaço de sua armadura, para a luta ficar mais justa. O urso entregou seu elmo para Will. Will pegou sua faca e começou a cortar o elmo em vários pedaços. Ele mostrou ao urso e disse que a armadura não servia para ele e que teria que lutar sem ela. Disse também que seria uma luta equilibrada, pois o urso tinha a sua armadura e Will tinha a faca. 

O urso disse que a arma era muito forte e exclamou: "Garoto, você venceu". Will disse que agora eles tinham que cumprir o acordo. O urso se aproximou de Will e perguntou seu nome. Will disse seu nome, disse também que estava indo para as montanhas e perguntou se poderia ir com eles rio acima. O urso disse que sim e que queria ver a faca. Will disse que só mostraria a faca para um urso em quem pudesse confiar e que havia um urso de quem tinha ouvido falar que merecia confiança. Era o rei dos ursos, um bom amigo da garota que ele estava procurando. O nome dela é Lyra da Língua Mágica. O nome do urso é Iorek Byrnison. 

O urso disse: "Eu sou Iorek Byrnison". Will respondeu: "Eu sei que é". Will seguiu o urso rei e entrou a bordo do navio.

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