domingo, 23 de junho de 2024

A LUNETA ÂMBAR #4

CAPÍTULO 4: AMA E OS MORCEGOS


Ama não conseguia parar de pensar na mulher e na sua filha enfeitiçada. Nem por um instante duvidou da palavra da Sra. Coulter. Sempre que podia, ia até a caverna fazer pequenos favores à mulher ou ouvir as histórias que ela tinha a dizer. Durante o tempo que trabalhava na aldeia, pensava incessantemente no encantamento que fora lançado e por que isso teria acontecido.

Um certo dia, Ama foi até o monastério atrás de um curandeiro. Ela perguntou ao curandeiro se ele poderia lhe ensinar sobre feitiços e encantamentos, mas ele recusou. Então, ela pediu para ele lhe ensinar um remédio, e ele concordou. Disse que era um remédio para a doença do sono e que o filho do primo de seu pai estava sofrendo disso. O curandeiro disse que deveria examinar o paciente com cautela e ver o alinhamento dos planetas no momento em que ele adormeceu. Ama perguntou se não tinha algum remédio que ele pudesse dar a ela. O curandeiro começou a preparar algo parecido com um pó, deu a Ama e disse para passar no nariz do menino adormecido com um pincel macio. Ele acordará, mas não deve passar muito senão sufocará.

No dia seguinte, Ama foi até o vale entregar o pó para que a Sra. Coulter pudesse acordar Lyra, mas, chegando lá, não encontrou a mulher na caverna. Ama pensou que elas tivessem ido embora, então entrou na caverna para investigar e viu Lyra ainda dormindo. Pensou em acordá-la antes que a Sra. Coulter chegasse, mas, antes que pudesse começar, ouviu ruídos na entrada da caverna e, com um arrepio de culpa, se escondeu atrás de uma pedra. Ela não deveria estar ali. Estava bisbilhotando e isso era errado.

Enquanto estava escondida, Ama viu a mulher preparar algo na fogueira e, em certo momento, Lyra começava a despertar. A Sra. Coulter começou a forçar Lyra a beber o que ela preparou. Lyra suplicava por ajuda enquanto Pantalaimon brigava com o macaco dourado. A Sra. Coulter deu um tapa forte no rosto de Lyra e aproveitou para fazer ela beber a bebida. Ama, escondida, acabou de descobrir toda a verdade: Lyra não foi enfeitiçada, estava sendo drogada pela Sra. Coulter. A mulher começou a cantar cantigas de ninar, alisando os cabelos de Lyra. Depois parou, pegou uma tesoura e aparou o cabelo da menina. Pegou um cacho de cabelos e colocou num medalhão que usava numa corrente em volta do pescoço. Ama sabia que ela iria usá-lo para fazer algum outro feitiço.

Depois, a mulher pegou um morcego que estava adormecido no teto e deu ao macaco dourado. Seu dimon começou a arrancar as asas do morcego enquanto a mulher se deitava em seu saco de dormir. O tempo passou, a mulher e seu dimon adormeceram e Ama pôde sair da caverna, na ponta dos pés, sem ser vista. Ama e seu dimon pensaram em voltar lá quando a mulher não estivesse para acordar a menina com o remédio e ajudá-la a fugir.

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