CAPÍTULO III
A maçã havia ficado alojada na pele de Gregor. O grave ferimento lembrava ao pai que Gregor fazia parte da família e não deveria ser tratado como inimigo.
O orçamento doméstico da família era reduzido cada vez mais. A empregada acabou sendo despedida, e várias joias da família tiveram de ser vendidas. A maior queixa era que não podiam deixar aquela casa porque não eram capazes de mudar Gregor junto.
A faxineira, contratada pela família para limpar o quarto de Gregor, começou a desprezá-lo quando entrava em seu quarto.
Os pais de Gregor alugaram um quarto de sua casa para algumas pessoas, e esses inquilinos, quando viram Gregor, decidiram rescindir o contrato por causa das condições repulsivas.
A irmã e o pai de Gregor conversaram e disseram que não dava mais para conviver com Gregor, que precisavam se livrar dele.
Gregor voltou ao seu quarto e, quando entrou, ouviu um barulho de porta trancando; era sua irmã trancando a porta de seu quarto.
A maçã podre em suas costas quase não incomodava mais, mas ele ainda sentia dores pelo corpo todo. Gregor pensava em sua família e se recordava dela com amor e comoção. Permaneceu nesse estado de reflexões até às três horas da madrugada e, em seguida, deu seu último suspiro. Gregor havia morrido.
Quando a faxineira chegou pela manhã e encontrou Gregor desacordado, pensou que ele estava deitado de propósito e tentou acordá-lo. Após ver o real estado das coisas, a faxineira anunciou: "Vejam só isso, a coisa empacotou de vez; ali está, mortinha da silva!". A mãe de Gregor agradeceu a Deus por isso ter acontecido.
Depois do ocorrido, a família de Gregor decidiu que deveria tirar um dia de folga e começaram a escrever uma carta para seus chefes. Decidiram comprar uma nova casa, menor e mais barata, uma casa que Gregor havia escolhido.
FIM
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