segunda-feira, 1 de julho de 2024

A LUNETA ÂMBAR #11

CAPÍTULO 11: AS LIBÉLULAS

Ama subiu a trilha que levava até a caverna com leite e pão na sacola às costas. Ela tinha dúvidas sobre como chegar perto da menina adormecida. Ama deixou a comida onde a mulher havia falado para que ele deixasse, mas não voltou para casa; continuou andando até onde as árvores ficavam mais escassas. Ama e seu dimon começaram a brincar perto da cachoeira e subiram em uma rocha. A brincadeira parou imediatamente quando Ama olhou para baixo, surpresa. Ela viu um urso branco imenso, quatro vezes o tamanho dos ursos pardos da floresta. Ela estava a apenas um braço de distância.

Um garoto ao lado do urso apareceu com uma expressão feroz, dizendo: "Quem é essa?" E o que seria aquele pássaro ao lado do menino? Seu dimon? O pássaro voou até o dimon de Ama e disse: "Amigos. Não vamos machucar vocês." O menino pediu para que Ama subisse no rochedo ao lado dele e se apresentou: "Will".

Ama supôs que eles estavam procurando pela menina adormecida e começou a falar que sabia onde ela estava e que estava sendo mantida adormecida à força pela mulher que dizia ser sua mãe. Disse que a mulher dava um líquido para ela dormir. Ama contou que tinha umas ervas para fazer com que ela acordasse. Will falou com Iorek, contou o que a menina disse e decidiu ir até lá com ela, pedindo para Iorek ficar de vigia. Chegando ao local, eles se esconderam atrás de um tronco de cedro. Will viu a Sra. Coulter e a reconheceu. Ele pediu para Ama trazer o remédio na próxima vez que ela fosse levar comida para a Sra. Coulter. Will e Balthamos ficaram vigiando a entrada da caverna. O macaco da Sra. Coulter parecia estar olhando na direção deles. O macaco dourado olhou de volta para a caverna, falou alguma coisa, depois olhou novamente para a direção de Will e Balthamos.

Will decidiu entrar na caverna. Quando chegou lá, a Sra. Coulter já estava esperando por ele e disse: "Você é Will?" Will ficou surpreso: "Como sabe o meu nome?" A Sra. Coulter disse que Lyra falava o nome dele quando estava dormindo. Will perguntou onde ela estava e a Sra. Coulter disse que ela estava a salvo e o levou para vê-la. Will se agachou perto de Lyra e observou sua amiga dormindo. Pelo canto do olho, ele viu o macaco dourado se preparando para dar o bote, então Will pôs a mão sobre a faca, mas a Sra. Coulter sacudiu a cabeça e o macaco relaxou.

Will, sem dar pistas, estava memorizando com exatidão o interior da caverna: a forma e o tamanho de cada rocha, a inclinação do solo, a altura do teto acima da garota dormindo. Teria que saber por onde passar para encontrá-la no escuro. Will perguntou por que a Sra. Coulter estava mantendo Lyra ali e por que não a deixava acordar. Os dois se sentaram em uma rocha na entrada da caverna e começaram a conversar. A Sra. Coulter perguntou sobre o aletiômetro e sobre a faca, e pediu para vê-la, mas Will não deixou.

A Sra. Coulter disse que estava mantendo Lyra ali porque a amava e que Lyra estava correndo um perigo terrível, e ela não permitiria que isso acontecesse. Ela disse que não sabia se podia confiar em Will, mas estava cansada de mentir e contaria a verdade. Ela explicou que as pessoas da instituição a que pertencia, a igreja, constituíam um perigo para Lyra e que ela achava que queriam matá-la. Contou que era uma servidora fiel da igreja, que não havia ninguém mais dedicado, mas que teve essa filha e se viu em um dilema: obedecer à igreja ou salvar a sua filha. Disse também que já tentou salvá-la desse perigo três vezes e que teve que se tornar uma renegada e se esconder nesse lugar remoto. Pensou que estavam em segurança, mas acaba de descobrir que Will as achou com facilidade, o que a preocupava. A igreja não devia estar muito longe.

Will perguntou por que a Sra. Coulter a mantinha adormecida e ela respondeu que, se a deixasse acordada, ela fugiria e não sobreviveria. Will disse que, já que viu que Lyra estava em segurança, ele poderia ir embora para ajudar Lorde Asriel. A Sra. Coulter tentou convencê-lo a ficar para ajudá-la, com a sua faca, a ficarem em segurança. Will se despediu e saiu da caverna.

Trinta minutos depois, Will disse para Iorek: "Ela está mentindo". De repente, eles ouviram um zumbido muito distante. Avistaram ao norte uns oito zepelins voando. Will tinha um plano para tirar Lyra da caverna: fazer uma abertura e, através dela, levar Lyra para outro mundo, e fechar antes que sua mãe pudesse segui-los. Balthamos voou para a floresta para vigiar a Sra. Coulter e seu dimon, e Will começou a procurar um mundo onde Lyra pudesse estar em segurança.

Enquanto as libélulas eclodiam dos ovos, e faltando três horas para chegarem ao vale, o Cavaleiro Tialys enviou uma mensagem para Lorde Roke explicando o que o Tribunal Consistorial de Disciplina pretendia fazer: o pelotão se dividiria em duas unidades. A primeira iria até a caverna e mataria a criança, cortando-lhe a cabeça para comprovar sua morte, e, se possível, também capturariam a mulher; porém, se isso fosse impossível, pretendiam matá-la. A segunda unidade tinha a missão de capturar o garoto vivo. O restante da força enfrentaria os girópteros do Rei Ogunwe. Lady Salmakia e eu (Cavaleiro Tialys) deixaríamos o zepelim e voaríamos diretamente para a caverna para defender a menina.

Lorde Roke respondeu com uma mudança de planos: você (Cavaleiro Tialys) e Lady Salmakia devem cooperar com o garoto. De modo que, se ele abrir outro mundo e levar a menina para lá, permitam que o faça e tratem de segui-los na passagem. Permaneçam ao lado deles em todos os momentos, quaisquer que sejam as circunstâncias. Lady Salmakia estava equipando sua libélula com os arreios que tinha consigo. O Cavaleiro Tialys cortou uma abertura no tecido da carcaça do zepelim, montaram em suas libélulas e saíram pela abertura rumo ao vale.

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